eu ainda estou de pé.
eu insisti demais.
por tempo demais.
em alguém que nunca me escolheu de verdade.
e pior: que me deixava ali, esperando migalhas, como se isso fosse amor.
no começo, eu achei que era só uma fase.
que ele tava confuso, que uma hora ia perceber.
mas passou um mês, depois outro, depois outro… e eu continuei ali. parada.
me anulando, me diminuindo, me moldando.
até virar uma versão apagada de mim.
eu me perdi.
me perdi tentando ser tudo pra alguém que nunca foi nada por mim.
e quando finalmente desmoronei, ele nem tava mais por perto.
foi aí que um dia, do nada, “i’m still standing” começou a tocar.
e aquela frase ficou ecoando na minha cabeça:
“i’m still standing, better than I ever did.”
eu? melhor do que antes?
na hora, eu ri. meio amarga, meio cansada.
mas aí, conforme os dias passaram, eu comecei a entender.
porque apesar de tudo, eu levantei.
sozinha.
com dor, mas com dignidade.
com cicatriz, mas com força.
eu tava de pé.
de novo.
e pela primeira vez, sem esperar por ninguém.
hoje, quando eu ouço essa música, não é só um refrão chiclete.
é o resumo do que eu me tornei depois de tanto insistir em quem nunca me mereceu.
sim, eu me perdi.
mas me achei também.
e agora, eu tô aqui: ainda de pé.
e uma coisa eu te prometo — nunca mais vou deixar ninguém me desmontar desse jeito de novo.